Resposta ao artigo da Graça Gaspar, por CHICO TORREIRA DA SILVA!

Rafael,

Li no Cabrito de Sicó o artigo "BRASIL – LEIA COM BASTANTE ATENÇÃO" e enviei um email à minha Gente de lá de baixo "Brasil" com quem gosto muito de trocar impressões. Não é um caso de estar ou não de acordo com todo o escrito que recebi pois entre nós falamos abertamente destes assuntos e penso que todos têm direito à sua opinião mas... o que recebi dá para pensar.

Como o artigo inicial saíu no Cabrito de Sicó, se o Rafael pensar que esta resposta que me enviaram tem base para ser publicada no referido blog, pode publicá-la pois ficam com mais uma visão de outro brasileiro.

Como nota, trocou Moçambique por Angola mas este meu amigo sabe muito bem aonde eu estive.

Um abraço,

CHICO




Foi bom ler o artigo que me enviaste porque começa a mostrar ao mundo uma mudança na visão que ele tem do Brasil e é 100% verdadeiro na sua conceituação, mas há vários senões...
Resumindo esses senões, é que um país de grandes contrastes sociais, economicos, culturais, como acontece nos países em desenvolvimento e ainda mais num país de dimensões continentais.
Na realidade, a herança mais recente deixada pelos novos conquistadores do Brasil é completamente diferente da herança deixada pelos portugueses e todos os outros que para cá vieram até metade do século passado. Não vou dizer que os portugueses não levaram riquezas do Brasil para a a sede do reino em Portugal, porque afinal, era o sistema político e econômico vigente à época e não podemos julgar fatos históricos com o pensamento de hoje.
Entretanto, os portugueses deixaram uma herança inestimável seja do ponto do vista cultural, social e mesmo de riquezas em todos os campos que atuaram e o que o artigo fala é consequência do espírito conquistador e aventureiro dos portuguesese tu que viveste em Angola sabes disso.
Afinal, um conquistador que usou numa igreja em Salvador, na Bahia, na época do barroco, uma tonelada de ouro para decorá-la, não estava só interessado em explorar este país e sim perpetuar a sua cultura, costumes e a própria riqueza.

Depois dos portugueses vieram os imigrantes ( os prórios portugueses, alemães, espanhóis, americanos, ilalianos, poloneses,holandeses, japoneses e no último quarto do século XX, os chineses, coreanos, vietenamitas, argentinos, chilenos, bolivianos, nigerianos, angolanos, moçambicanos, etc.), todos fugindo de situações economicas adversas e/ou políticas.
Todos este imigrantes vieram para trabalhar e ajudar a construir este país e aqui permancer e hoje salvo exceções, a maioria está integrada ao país.

Entretanto, os conquistadores que hoje estão chegando são muito piores que os anteriores.
São eles portugueses, de novo, espanhóis, americanos, chineses, japoneses, tailandeses, coreanos, franceses,alemães, etc, , mas com um conceito completamente diferente. O conceito da multinacional, esta sim ao mesmo que constrói, destrói, pois ela já não tem mais pátria e o único interesse é ganhar dinheiro para satisfazer os acionistas que ninguem sabe quem são

A minha concepção sobre o assunto é a seguinte:
1. os países considerados mais desenvolvidos vão piorar;
2. os paises em desenvolvimento vão melhorar, mas nunca atingirão o estágio atingidos pelos desenvolvidos em anos passados;
3. os países pobres continuarão mais pobres durante muito tempo, até que consigam passar de patamar;
4. os países ricos não estão preparados para essas mudanças, pois acostumaram-se e explorar os mais pobres e não aceitam dividir;
5. A Europa, apesar das suas riquezas,ainda economica, social e cultural, está em decadência, pois o europeu é um povo envelhecido e não admite que para sobreviver tem que juntar aos outros povos, inclusive na sua miscigenação, que é irreversível.

Como escrevi acima, o artigo está correto na sua conceituação, mas ainda há muito o que fazer para diminuir as disparidades existentes entre os vários estratos da sociedade.
Até 50 anos atrás essas diferenças existiam de regiões para regiões - o sul e sudeste mais rico e o nordeste e norte mais pobre - hoje as diferenças são grandes nessas regiões e dentro das próprias cidades mais ricas do Brasi, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc..
Diminuir essas diferenças continua a ser o grande desafio...
Já escrevi demais e este assunto é para muitas horas de conversa. ~

DE UM AMIGO DO XICO TORREIRA DA SILVA